Escrevo esse texto pensando em uma amiga que um dia brindou
ao clichê, e sem querer temo que tenha gostado. Complexo? Complexo é pensar que
fugir das responsabilidades é errado. Eu sei, soou contraditório, mas tem
sentido. Para entender melhor, vou fazer uma analogia a mim mesma.
Nunca quis ser hipócrita, nunca. Sempre fugi disso como se
fosse uma doença, e realmente é. Mas ontem eu fui. Obrigaram-me a ser.
Obrigaram-me a dizer que nunca mais pensaria que minha existência não tem
sentido, e eu disse que não o faria novamente. Mas é mentira. Todo dia travo
uma batalha contra eu mesma, sobre o que é certo ou o que é errado, sobre o que
a sociedade tem me colocado e em que eu realmente acredito. Sobre o real sentido da palavra viver. E isso se torna
confuso.
Pra viver, aprendi sendo eu mesma, por que não é errado falar palavrões, errado é ferir alguém com os
mesmos. Não é errado se apaixonar por alguém que não já tem dono, errado é
tira-lo do próprio. Não é errado sair escondido de casa, errado é não
aproveitar. Errado é deixar cada oportunidade feliz de sua vida passar batido,
por que são essas oportunidades que vão te tornar mais fortes amanhã. É isso
que vai te dar forças para permanecer de cabeça erguida e um sorriso verdadeiro
no rosto.
Ninguém é de ferro. As pessoas se machucam. As pessoas
dependem uma das outras mesmo que digam que não. As pessoas choram. Ninguém é
de ferro. Um brinde então ao choro de cada noite, ao amor não correspondido e
principalmente ao antônimo de clichê: o surpreendente. Um brinde a surpresa! Por que são elas que trazem um real sentido a tudo isso.